Afinal de contas, para que serve a Arquitetura?
- Por Stéphany G. Prado
- 3 de mai. de 2017
- 5 min de leitura

O intuito deste blog é informar ao seus seguidores conteúdos que dizem respeito ao universo da arquitetura. Mas afinal de contas, PARA QUE SERVE a arquitetura? Para que contratar um serviço de arquitetura? Devo ou não contratar um arquiteto? Essas e muitas outras perguntas são feitas quando se pensa em construir, reformar, pensar no ambiente de uma casa, do seu escritório ou até mesmo de um espaço que vá usufruir em seus momentos de lazer.
Apesar de serem perguntas simples, elas surgem sempre que surge a necessidade e muitas vezes o que se percebe é que contratar um arquiteto pode ser visto como algo elitizado ou muitas vezes desnecessário. Para se ter ideia, uma pesquisa realizada pelo CAU (Conselho de Arquitetura e Urbanismo) em 2015, no Brasil 80% das pessoas constrói ou reforma SEM a orientação de um profissional da área. Pois é, essa ideia de que arquiteto é apenas para classe alta ou inacessível ou até mesmo que só faz projetos que aparecem em revista deve ser esquecida AGORA!
Por isso, decidi escrever este post com a intenção de esclarecer algumas dúvidas que surgem antes mesmo de necessitar de um serviço de arquitetura.
PARA QUE SERVE A ARQUITETURA?
Um texto publicado por Guimarães Ferreira no LinkedIn muito interessante a respeito do papel da arquitetura para crianças refugiadas na Síria, deixa claro que sua função não é apenas nos oferecer o abrigo, condições para trabalhar ou desfrutar dos tempos de descanso. Ela é muito mais importante que isso, ela "ultrapassa a esfera puramente material e cria novos valores sociais", "quando expressa, de forma concreta, o senso de comunidade e pertencimento ao lugar, dentro de seu contexto específico". (https://pt.linkedin.com/pulse/para-que-serve-arquitetura-guimar%C3%A3es-ferreira)
Ou seja, a arquitetura existe para MELHORAR NOSSAS VIDAS.
Design, estética, forma, estrutura, cor... são apenas atributos da arquitetura. Sua real função, acima de tudo isso, é TRANSFORMAR a vida das pessoas.
Lúcio Costa, um dos mais renomados arquitetos brasileiros, que projetou Brasília, define a arquitetura como: “construção concebida com a intenção de ordenar e organizar plasticamente o espaço, em função de uma determinada época, de um determinado meio, de uma determinada técnica e de um determinado programa."
Ou seja, como costumo dizer, vivemos de arquitetura, já que moramos em uma casa, trabalhamos em um espaço, seja indústria, loja, consultório ou escritório e circulamos em uma rua, de um determinado bairro em uma determinada cidade, submetidos a leis municipais de planejamento urbano e ordenamento do território. Difícil? Na realidade, apenas descrevi nosso dia-a-dia. Arquitetura está indiretamente ligada no nosso cotidiano, pois utilizamos de espaços e de vazios para nós realizarmos nossas tarefas rotineiras. Mais fácil, né?

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E O ARQUITETO? PARA QUE SERVE? QUEM DEVE CONTRATÁ-LO?
O arquiteto é o profissional habilitado para desenvolver os projetos, sejam eles de edificações ou de planejamento de nossas cidades. Ele detém os amplos conhecimentos no campo da construção. Enquanto o engenheiro projetista é capacitado para calcular e prever as estruturas, os sistemas e as instalações e o pedreiro para executá-los, o arquiteto é o responsável pela criação e o desenvolvimento desses projetos. Ele possui uma visão global da construção e dos diversos elementos que a constituem, desde seu conceito e partido, até a sua construção.
Ou seja, ele é o responsável pelo planejamento e o projeto daquilo que um dia se tornará matéria e espaço. O arquiteto é o primeiro profissional a ser contatado e é ele quem o encaminhará de acordo com a necessidade. Ele possui a expertise para definir e guiar as ações de todos os envolvidos.
COMO ELE TRABALHA? O QUE É PROJETO ARQUITETÔNICO?

O desenvolvimento do projeto arquitetônico envolve diversas etapas. As etapas iniciais, por exemplo, envolvem entrevista com o cliente, visita ao local e coleta do máximo de informações possíveis (levantamento topográfico, documentos do lote, como a matrícula, sondagem do terreno, legislação urbanística, entre outros), para então partir para o projeto de fato, através de estudos preliminares e anteprojetos (nomes técnicos para as etapas que envolvem o desenho da planta 2D e das volumetrias 3D). Nessas fases, o profissional define os conceitos, os elementos e as formas de maneira organizada, que estão de acordo com a função e o desejo de seus clientes.
Após aprovação do cliente, parte-se para o Projeto Básico, Projeto Legal e posterior Projeto Executivo de Arquitetura. Vejamos: o Projeto Básico possui os detalhamentos técnicos para o cliente buscar orçamentos e os engenheiros civis calculistas desenvolverem os projetos complementares (estrutura, infraestrutura, fundação, elétrica e hidráulica). É como uma pré-etapa antes da obra. O Projeto Legal é aquele que será aprovado nos órgãos públicos, de acordo com a necessidade, como por exemplo, no departamento de projetos da Prefeitura, na CETESB, nos bombeiros, dentre outros.
Por último, o Projeto Executivo, como o próprio nome diz, é o que irá para a obra, portanto ele deve conter todas as informações para que a equipe de obra possa executá-lo juntamente com os apresentados pelo engenheiro calculista. Nesta etapa, os demais projetos são incorporados ao arquitetônico – a chamada compatibilização, que visa identificar e corrigir interferências entre os projetos, evitando problemas mais adiante. É no projeto executivo que todos os profissionais e empresas especializados estarão envolvidos, seja serralheiro, marceneiro, pedreiro, telhadista...cada um dentro do seu cronograma de obra.
TUDO ISSO? MAS DEVE HAVER UM CUSTO...
Ao procurar um arquiteto pela primeira vez, a maioria das pessoas se espanta com o custo da contratação de um serviço, justamente para apenas "um desenho"! É por isso que estou escrevendo este artigo. Este "desenho" é composto de inúmeras informações que garantirão sua obra ser concluída com sucesso! E não é somente quantidade, é QUALIDADE!
O profissional de arquitetura está gabaritado para definir e interpretar as necessidades do cliente (quaisquer sejam elas) e que irão influenciar diretamente na qualidade final do produto. Um projeto bem planejado irá indicar os custos e insumos da obra, através de materiais e sistemas mais ou menos econômicos, adequando a situação ao perfil e demanda do cliente.
E o principal, acima de tudo isso, é que estamos tratando do seu SONHO! Todo mundo tem o desejo de conquistar a casa dos seus sonhos, desenhada de acordo e exclusivamente para o seu gosto e de sua família, não é mesmo? Pois é. É isso que nós profissionais valorizamos. Agora, imagina a casa do seu sonho, construída de maneira planejada e com os custos dentro do seu orçamento? Melhor ainda né...
De acordo com dados apresentados pelo Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB), da Associação Brasileira de Escritórios de Arquitetura (ASBEA) e do Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU), a remuneração dos arquitetos tem como base percentual do custo da obra (uma média tirada a partir da metragem e padrão da construção) variando entre 2% (em obras de grande porte) a 10% (em obras de pequeno porte ou de grande complexidade). Em uma obra residencial ou comercial de padrão normal e médio porte, o custo pode variar apenas de 2% a 5% do total da obra, por exemplo.
MAS VEJO QUE CADA ARQUITETO OU ESCRITÓRIO COBRA UM PREÇO...
Pois é, os preços cobrados pelos profissionais de arquitetura variam DRASTICAMENTE. Enquanto uns cobram por metragem quadrada, outros cobram por hora técnica. Cada um oferece um tipo de pacote e atua em um segmento específico.
Por isso, ao comparar as propostas dos profissionais, fique atento. Certifique-se dos serviços que serão prestados e da qualidade dos já executados. Não vale a pena comparar apenas pelo valor cobrado, e sim, pelo serviço que está sendo oferecido. Evite correr o risco de retrabalhos e gastos excedentes com recontratações. Não vale a pena!
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